O Cristo Íntimo e seus Três Traidores
O V.M. Samael Aun
Weor nos ensina que o maior anelo da ALMA é integrar-se com o CRISTO. O vazio
que toda alma sente é devido ter se afastado de seu SER INTERNO e de seu Cristo Íntimo, seja por
desorientação, inconsciência, dogma, ceticismo etc. e etc.
No Cristo está a felicidade, a verdade, o alento, o perdão, a salvação, o amor a humanidade e a Gnose do Universo..., sem ELE não somos
ninguém, apenas um barco sem rumo entre as águas revoltas do rio da vida. Somente pode compreender o CRISTO quem o
encarnou, ou seja, quem integrou-se com o Cristo Íntimo. Uma coisa é NASCER o
Cristo no coração do homem e que já é algo MARAVILHOSO, outra coisa
diferente é encarna-LO, que é o que aconteceu com Jesus, Samael, Pitágoras, Buda, Rama, Hermes Trismegistus, Zoroastro,
Dante Aleghieri etc. etc.
O Grande Mestre
Samael falou muito sobre o Cristo em seus diferentes livros. Vamos transcrever
aqui alguns de seus escritos do livro a Grande Rebelião para entendermos melhor a natureza do Cristo e também
os Três Traidores que se opõe a sua aproximação e manifestação.
O CRISTO ÍNTIMO
"Cristo é o
Fogo do Fogo, a Chama da Chama, a assinatura astral do Fogo. Sobre a cruz do
Mártir do Calvário está
definido o Mistério do Cristo com uma só palavra que consta de quatro letras: INRI — Ignes Natura Renovatur Integram - “0 Fogo Renova Incessantemente a Natureza.”
O advento do Cristo,
no coração do homem, nos transforma radicalmente. Cristo é o Logos Solar, Unidade Múltipla
Perfeita. Cristo é a vida que palpita no universo inteiro, é o que é, o que
sempre foi e o que sempre será.
Muito se falou sobre
o Drama Cósmico. Inquestionavelmente, este drama é formado pelos quatro Evangelhos. Foi nos dito que o
Drama Cósmico foi trazido pelos Elohim a Terra. O Grande Senhor da Atlântida representou esse
drama em carne e osso. O Grande Kabir Jesus também teve que representar o mesmo drama, publicamente,
na Terra Santa.
Ainda que o Cristo
nasça mil vezes em Belém, de nada serve se não nasce em nosso coração também. Ainda que houvesse
morrido e ressuscitado ao terceiro dia, dentre os mortos, de nada serve isso se
não morre e ressuscita
em nós também. Tratar de descobrir a natureza e a essência do fogo é tratar de descobrir a Deus,
cuja presença real sempre se revelou sob a aparência ígnea.
A sarça ardente (
êxodo, III, 2 ) e o incêndio do Sinai, a raiz do outorgamento do Decálogo (
Êxodo, XIX, 18 ), são duas
manifestações pelas quais Deus aparece a Moisés. Sob a figura de um
ser de Jaspe e Sardônico da cor da chama, sentado num trono incandescente e fulgurante, São João
descreve o dono do universo ( Apocalipse, IV, 3, 5 ). “Nosso Deus é um Fogo Devorador”, escreve
São Paulo em sua “Epistola aos Hebreus”.
O Cristo Íntimo, o
Fogo Celestial deve nascer em nós e nasce, em realidade, quando avançamos bastante no trabalho
psicológico.
O Cristo Íntimo deve
eliminar de nossa natureza psicológica as próprias causas do erro: OS EUS-CAUSA. Não seria possível a
dissolução das causas do ego, enquanto o Cristo Íntimo não tenha nascido em
nós. O Fogo vivente e
Filosofal, o Cristo Íntimo, é o Fogo do Fogo, o Puro do Puro. O Fogo nos
envolve e nos banha por todas
as partes. Vem a nós pelo ar, pela água e pela própria terra que são seus conservadores e seus
diversos veículos.
O fogo celestial
deve cristalizar em nós, é o Cristo Íntimo, nosso Salvador interior profundo. O Senhor Íntimo deve
encarregar-se de toda nossa psique, dos cinco cilindros da máquina orgânica, de todos os nossos
processos mentais, emocionais, motores, Instintivos, sexuais". ( Samael Aun Weor )
TRABALHO CRÍSTICO DENTRO DE NÓS MESMOS
"O Cristo
Íntimo surge, interiormente, no trabalho relacionado com a dissolução do eu
psicológico. Obviamente, o Cristo
Interior só advém no momento culminante de nossos esforços intencionais e padecimentos
voluntários.
O advento do Fogo
Crístico é o acontecimento mais importante de nossa própria vida. O Cristo
Íntimo se encarrega, então,
de todos os nossos processos mentais, emocionais, motores, instintivos e
sexuais.
Inquestionavelmente,
o Cristo Íntimo é nosso Salvador interior profundo. Ele, sendo perfeito, ao
meter-se em nós, pareceria
como imperfeito: sendo casto, pareceria como se não fosse: sendo justo,
pareceria como se não fosse.
Isto é semelhante
aos distintos reflexos da luz. Se usamos óculos azuis tudo nos parecerá azul e
se os usamos de cor
vermelha veremos todas as coisas desta cor.
Ele, ainda que seja
branco, visto de fora, cada qual o verá através do cristal psicológico com que
o olha: por isso é que as
pessoas vendo-o, não veem.
Ao carregar-se de
todos os nossos processos psicológicos, o Senhor da Perfeição sofre o
indizível. Convertido em homem
entre os homens, há de passar por muitas provas e suportar tentações
indizíveis. A tentação é fogo, o
triunfo sobre a tentação é luz. O iniciado deve
aprender a viver perigosamente: assim está escrito. Isto o sabem os
alquimistas.
O iniciado deve
percorrer com firmeza a Senda do Fio da Navalha: de um e outro lado do difícil caminho existem
abismos espantosos.
Na difícil senda da
dissolução do ego, existem complexos caminhos que têm sua raiz precisamente no caminho real.
Obviamente, da Senda do Fio da Navalha se desprendem múltiplas sendas que não conduzem a nenhuma
parte. Algumas delas nos levam ao abismo e ao desespero. Existem sendas que
nos poderiam converter em majestades de tais ou quais zonas do universo, porém, que de nenhum modo
nos trariam de regresso ao seio do eterno Pai Cósmico Comum.
Existem sendas
fascinantes, de santíssimas aparências, inefáveis. Desafortunadamente, só nos
podem conduzir à involução
submersa dos mundos infernos.
No trabalho da
dissolução do eu, necessitamos entregar-nos, por completo, ao Cristo Interior. Às vezes aparecem
problemas de difícil solução. De repente o caminho se perde em labirintos inexplicáveis e não
se sabe por onde continua. Só a obediência absoluta ao Cristo Interior e ao Pai
que está em secreto,
pode, em tais casos, orientar-nos sabiamente.
A Senda do Fio da
Navalha está cheia de perigos por dentro e por fora. A moral convencional de
nada serve. A moral é
escrava dos costumes, da época, do lugar.
O que foi moral em
épocas passadas agora resulta imoral: o que foi moral na Idade Média, por estes tempos modernos pode
resultar imoral. O que num país é moral em outro país é imoral, etc. No trabalho da
dissolução do ego sucede que, às vezes, quando pensamos que vamos muito bem, resulta que vamos
muito mal.
As mudanças são
indispensáveis durante o avanço esotérico: mas, as pessoas reacionárias
permanecem engarrafadas no
passado, petrificam-se no tempo e trovejam e relampejam contra nós, à medida
que realizamos avanços
psicológicos profundos e mudanças radicais.
As pessoas não
resistem às mudanças do Iniciado: querem que este continue petrificado em
múltiplos ontens. Qualquer
mudança que o Iniciado realizar é classificada, de imediato, como imoral.
Olhando as coisas
deste ângulo, à luz do trabalho crístico, podemos evidenciar, claramente, a
ineficácia dos diversos códigos
de moral que no mundo foram escritos.
Inquestionavelmente,
o Cristo manifesto e não obstante, oculto no coração do homem real, ao
carregar-se de nossos
diversos estados psicológicos, sendo desconhecido para as pessoas é, de fato,
qualificado como cruel, imoral e
perverso. Resulta paradoxal
que as pessoas adorem o Cristo e, no entanto, lhe coloquem tão horripilantes qualificativos.
Obviamente, as
pessoas inconscientes e adormecidas só querem o Cristo histórico,
antropomórfico, de estátuas e dogmas
inquebrantáveis, ao qual podem acomodar facilmente todos os seus códigos de
moral torpes e rançosos e
todos os seus pré-julgamentos e condições.
As pessoas não podem
conceber jamais o Cristo Íntimo no coração do homem. As multidões só adoram o Cristo estátua e
isso é tudo.
Quando se fala às
multidões; quando se lhes declara o cru realismo do Cristo revolucionário, do
Cristo vermelho, do Cristo rebelde, de imediato recebe qualificativos como os seguintes: blasfemo, herege, malvado, profanador,
sacrílego, etc. Assim são as
multidões; sempre inconscientes, sempre adormecidas. Agora compreendemos porque
o Cristo crucificado
no Gólgota exclama com todas as forças de sua alma: “Meu pai, perdoa-os porque não sabem o que
fazem”
O Cristo, em si
mesmo, sendo um, aparece como muitos. Por isso se disse que é Unidade Múltipla Perfeita. Ao que
sabe a palavra dá poder: ninguém a pronunciou, ninguém a pronunciará, senão somente aquele que o
tem encarnado.
Encarná-lo é o
fundamental no trabalho avançado da morte do eu pluralizado. O Senhor da
Perfeição trabalha em nós, à
medida que nos esforçamos conscientemente no trabalho sobre nós mesmos.
Resulta
espantosamente doloroso o trabalho que o Cristo Íntimo tem que realizar dentro
de nossa própria psique.
É verdade que nosso
Mestre Interior deve viver toda sua via crucis no fundo mesmo de nossa própria alma. Está escrito:
“A Deus rogando e com o malho dando.” Também está escrito: “Ajuda-te que te ajudarei.”
Suplicar à Divina
Mãe Kundalini é fundamental, quando se trata de dissolver agregados psíquicos indesejáveis.
Entretanto, o Cristo Intimo, nos recônditos mais profundos do mim mesmo, opera sabiamente, de
acordo com as próprias responsabilidades que ELE coloca sobre seus ombros". ( Samael Aun Weor )
OS TRÊS TRAIDORES
"No trabalho interior
profundo, dentro do terreno da estrita auto-observação psicológica, temos de vivenciar, de forma
direta, todo o drama cósmico.
O Cristo Íntimo
eliminará todos os elementos indesejáveis que em nosso interior carregamos. Os múltiplos
agregados psíquicos, em nossas profundidades psicológicas, gritam, pedindo
crucificação para o Senhor
Interior.
Inquestionavelmente,
cada um de nós leva em sua psique os três traidores. Judas, o demônio do
desejo. Pilatos, o demônio
da mente. Caifás, o demônio da má vontade.
Estes três traidores
crucificam o Senhor das Perfeições, no fundo mesmo de nossa alma. Trata-se de
três tipos específicos de
elementos inumanos fundamentais no drama cósmico. Indubitavelmente, o
citado drama foi vivido sempre secretamente, nas profundidades da Consciência Superlativa do Ser.
Não é, pois, o drama cósmico, propriedade exclusiva do Grande Kabir Jesus, como supõem sempre os
ignorantes ilustrados.
Os iniciados de
todas as idades, os mestres de todos os séculos tiveram que viver o drama
cósmico dentro de si mesmos,
aqui e agora.
Entretanto, Jesus, o
Grande kabir, teve a coragem de representar tal drama íntimo publicamente, na
rua e à luz do dia, para
abrir o sentido da Iniciação a todos os seres humanos, sem distinção de raça,
sexo, casta ou cor.
É maravilhoso que
haja alguém que, de forma pública, tivesse ensinado o drama íntimo a todos os povos da terra.
O Cristo Íntimo, não
sendo luxurioso, tem que eliminar de si mesmo os elementos psicológicos da luxúria.
O Cristo Íntimo,
sendo em si mesmo paz e amor, deve eliminar de si mesmo os elementos
indesejáveis da ira.
O Cristo Íntimo, não
sendo cobiçoso, deve eliminar de si mesmo os elementos indesejáveis da cobiça.
O Cristo Íntimo, não
sendo invejoso, deve eliminar de si mesmo os agregados psíquicos da inveja.
O Cristo Íntimo,
sendo humildade perfeita, modéstia infinita, simplicidade absoluta, deve
eliminar de si mesmo os asquerosos
elementos do orgulho, da vaidade, da presunção.
O Cristo Íntimo, a
Palavra, o Logos Criador, vivendo sempre em constante atividade, tem que
eliminar, em nosso interior,
em si mesmos e por si mesmo, os elementos indesejáveis da inércia, da preguiça,
do estancamento.
O Senhor de
Perfeição, acostumado a todos os jejuns, de tempera, jamais amigo das
bebedeiras e dos grandes banquetes,
tem que eliminar de si mesmo os abomináveis elementos da gula.
Estranha simbiose a
do Cristo Jesus, o Cristo homem; rara mescla do Divino e do Humano; do perfeito
e do imperfeito; prova
sempre constante para o Logos.
O mais interessante
de tudo isso é que o Cristo Secreto é um triunfador; alguém que vence constantemente as
trevas; alguém que elimina as trevas dentro de si mesmo aqui e agora.
O Cristo Secreto é o
Senhor da Grande Rebelião, rechaçado pelos sacerdotes, pelos anciãos e pelos escribas do templo.
Os sacerdotes o
odeiam; não o compreendem. Querem que o Senhor de Perfeição viva exclusivamente no tempo, de acordo
com seus dogmas inquebrantáveis.
Os anciãos, quer
dizer, os moradores da Terra, os bons donos de casa, as pessoas judiciosas, as
pessoas de experiência,
aborrecem o Logos, o Cristo Vermelho, o Cristo da Grande Rebelião, porque este
sai do mundo de seus
hábitos e costumes antiquados, reacionários e petrificados em muitos ontens.
Os escribas do
templo, os velhacos do intelecto aborrecem o Cristo Íntimo, porque ele é a
antítese do Anticristo, o
inimigo declarado de toda essa podridão de teorias universitárias que tanto
abunda nos mercados de corpos e
almas.
Os três traidores
odeiam mortalmente o Cristo Secreto e o conduzem à morte dentro de nós mesmos e em nosso próprio
espaço psicológico.
Judas, o demônio do
desejo, troca sempre o Senhor por trinta moedas de prata; quer dizer, por
licores, dinheiro, fama,
vaidades, fornicações, adultérios, etc.
Pilatos, o demônio
da mente, sempre lava as mãos; sempre se declara inocente, nunca tem culpa. Constantemente se
justifica ante si mesmo e ante os demais; busca evasivas, escapatórias para
iludir suas próprias
responsabilidades, etc.
Caifás, o demônio da
má vontade, trai incessantemente o Senhor dentro de nós mesmos. O Adorável Intimo lhe dá o
báculo para pastorear suas ovelhas; no entanto, o cínico traidor converte o
altar em leito de prazeres; fornica
incessantemente, adultera, vende os sacramentos, etc.
Estes três traidores
fazem sofrer, secretamente, o Adorável Senhor Íntimo, sem compaixão alguma. Pilatos faz com que
ponham a coroa de espinhos sobre suas têmperas. Os malvados eus o flagelam, insultam-no e o
maldizem, no espaço psicológico íntimo, sem piedade de nenhuma espécie". ( Samael Aun Weor )
.
"A Magna Obra tem por objetivo transmutar, transformar a Lua em Sol. A Lua é a Alma. O Sol é o Cordeiro Imolado. Quando o Cordeiro entra na Alma, Ele se transforma nela. E ela se transforma Nele. Desta simbiose maravilhosa, sucede isso que nosso muito amado Jesus Cristo chamou, com tanto acerto, de "O Filho do Homem". ( V.M. Samael Aun Weor )